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domingo, 20 de março de 2011

ESTUDO


O Evangelho de Lucas
Lucas 10: 21-24
Normalmente estudamos o que o Evangelho nos diz, edificando-nos com suas mensagens. Neste artigo, vamos além: iremos ver como é a estrutura do livro e vamos conhecer também seu autor. Ao afirmar que “Lucas escreveu”, não estamos nos esquecendo de que sua obra só foi possível por causa da inspiração do Espírito Santo do Senhor.
Lucas é o autor do terceiro Evangelho e do livro de Atos, At. 1:1-5. Os dois livros mostram uma similaridade de estilo. O escritor foi um companheiro de viagem de Paulo, At. 16: 10-17.  E os dois documentos são dirigidos à mesma pessoa: Teófilo. O evangelho de Lucas foi escrito por volta do ano 60 d.C.

I - QUEM FOI LUCAS

Homem crente, cheio do Espírito do Senhor, com ampla visão da necessidade da obra, Lucas empregou seus dons ligados à palavra escrita para proclamar o que sabia a respeito de Jesus Cristo. Ele fora evangelista, pastor e chamado de “médico amado”:
1) O médico amado - Esse é o tratamento afetivo que lhe dispensa Paulo em Cl. 4:14. Seus pais eram de origem grega. Lucas não fora discípulo de Jesus, em seu ministério. Provavelmente converteu-se com a pregação de Paulo. Por ter amplo vocabulário e dom da comunicação, ao escrever o terceiro Evangelho e Atos, Lucas oferece-nos maior quantidade de informações históricas do que qualquer outro autor do Novo Testamento.
2) Evangelista e pastor - Lucas foi companheiro nas viagens missionárias do apóstolo Paulo, permanecendo com ele até sua morte, Cl. 4:14; II Tm. 4:11 e Fm. 24. Lucas ficou em Filipos, na segunda viagem missionária de Paulo, a fim de ajudar a estabilizar a nova igreja ali, At. 16: 40; 17: 1.

II - ASPECTOS BÁSICOS DO LIVRO

a) A chave do livro de Lucas - O autor diz, na introdução, 1: 1-4, que muitos contemporâneos haviam empreendido a mesma tarefa, o que nos leva a concluir que:
q   havia, ao tempo do escritor, várias obras que continham relatos de partes da vida e obra de Jesus;
q   os autores dessas narrações tinham tentado um arranjo sistemático das fontes disponíveis, 1: 1;
q   estes fatos eram bem conhecidos no mundo cristão;
q   o autor sentia-se tão bem informado e capaz como os outros para escrever sua própria narrativa;
q   dirigia sua obra a uma pessoa de alta categoria, a quem trata de “excelentíssimo”. Teófilo provavelmente havia sido informado oralmente a respeito de Cristo, mas precisava de mais conhecimentos que o firmassem e o convencessem da verdade.
b) Parábolas. Das 35 parábolas registradas no NT, 19 são encontradas no Evangelho de Lucas, entre elas: a da figueira estéril, 13; a da grande ceia, da dracma perdida, 15; do administrador infiel, 16; do fariseu e do publicano, 18.
c) A linguagem - O Evangelho de Lucas é o mais literário de todos. Contém no início quatro belos hinos:  o cântico de Maria, 1:46-55, quando foi visitar Isabel;  o cântico de Zacarias, uma palavra profética do pai de João Batista, 1:67-79;  o cântico dos anjos, 2:14, quando Jesus nasceu e o cântico de Simeão, em 2:28-32, ao tomar o menino Jesus nos braços.
d) A paixão do Salvador, 18: 31-23: 56 - É interessante observar como Lucas, ao relatar os dias finais de Jesus, dá um toque característico de linguagem à última ceia, ao aviso de Jesus a Pedro, ao episódio de suor com sangue, à disposição dos acontecimentos em casa de Caifás, ao comparecimento de Jesus perante Herodes, ao discurso de Jesus às mulheres de Jerusalém, 23:27-31, ao ladrão arrependido, sem alterar a sua marcha nem o seu significado. As simpatias e os sofrimentos humanos foram postos em relevo por Lucas, ao mostrar como o Filho do Homem sofria na cruz em obediência ao Pai.
e) Ao relatar a ressurreição do Salvador, 24:1-53, Lucas o faz de uma forma nova e diferente. A realidade é a mesma dos demais evangelhos, porém a forma como relata a aparição do Cristo ressurreto aos discípulos no caminho de Emaús elimina qualquer dúvida que, porventura, o leitor possa ter quanto ao fato. A inesperada e convencedora manifestação da presença viva de Jesus, sua interpretação das Escrituras e a convicção espiritual que se apossou deles, quando Ele lhes falava, constituía evidência incontestável de que alguma coisa de novo havia acontecido na terra.

III - ENSINOS QUE SE DESTACAM NESTE EVANGELHO

O propósito de Lucas ao escrever para os gregos era o de alcançar a maioria dos convertidos através da pregação de Paulo, At. 11:20-21. As pessoas educadas nessa cultura costumavam glorificar a sabedoria, a beleza e o homem ideal. Quando o evangelho começou a circular, puderam conhecer mais claramente a mensagem universal de Jesus, que assim pode ser resumida:
a) Oferta universal de salvação - Jesus é o perfeito Deus-Homem que oferece a salvação a todas as nações, Lc. 2: 29-32. É uma oferta universal, pois para Ele não há judeu, nem gentio, nem grego, nem bárbaro, nem escravo, nem livre. Sua obra é uma interpretação viva e completa daquele que tem poder para redimir o homem em qualquer lugar e em qualquer tempo.
b) Redentor e salvador - Lucas descreve Cristo como redentor de todos os que crêem, oferecendo perdão e salvação independentemente do privilégio de uma raça particular ou nação, a saber: aos samaritanos, 9: 51-56; 10: 30-37; aos pagãos, 2: 32; 3: 6; 4: 25-27; aos judeus, 1: 33; 2: 10; aos publicanos, pecadores e desterrados, 3: 12; 5: 27-32; 7: 37-50; ao povo de modo geral, 7: 36; 11: 37; 14: 1; aos pobres, 1: 53; 2: 7; 6: 20; 7: 22; aos ricos, 19: 2; 23: 50; a mulheres e a homens.
c) A doutrina do Espírito Santo - Lucas dá especial atenção à doutrina do Espírito Santo, mais que Mateus e Marcos juntos. Ele nos informa que todos os principais personagens do Evangelho tinham o poder do Espírito Santo para a obra: João Batista, 1: 15; Maria, 1: 35; Isabel 1: 41; Zacarias, 1: 67; Simeão, 2: 25, 26, e o próprio Jesus 4: 1.


O Evangelista do amor
apresenta Jesus

João 3: 16-30


Já no final de sua vida, o apóstolo João viu que a Igreja havia se expandido e alcançava todo o império Romano. Tendo sido ele uma testemunha ocular acerca da pessoa e da vida de Cristo, deve ter desejado deixar uma narrativa mais ampla do que as que já constavam em outros escritos.
João sabia que a Igreja, a esse tempo amadurecida, tinha necessidade de estar bem segura de que Jesus de fato era o Messias e de que todos podem ter vida eterna através dEle. Considerou também o perigo das heresias, entre elas o gnosticismo que vinha crescendo por todo o Império Romano, e sentiu a necessidade de levar ao homem a pura fé em Jesus Cristo. Esse é o tema do quarto Evangelho, que temos o privilégio de estudar com detalhes.
Por que cremos que o apóstolo João escreveu o quarto evangelho? O círculo íntimo de discípulos de Jesus consistia de Pedro, Tiago e João, Mt. 17:1. Pedro tem seu nome citado no Evangelho, 1: 41, 42; portanto, não pode ser o autor. Tiago morreu nos primeiros anos da Igreja, At. 12:2. Então, conclui-se que o autor do Evangelho foi o apóstolo João. O texto de Jo. 1:24  identifica o autor como alguém referido em 13: 23;  19: 26;  20: 2.  Somente o apóstolo João ajusta-se a todas estas qualificações.

I - QUEM FOI O APÓSTOLO JOÃO

Seu caráter - João foi conhecido como o apóstolo do amor. As características atribuídas a ele são: coragem, lealdade, percepção espiritual, amor e humildade. O amor é o assunto central de suas Epístolas.
Sua família - João e seu irmão Tiago, o apóstolo, ambos foram chamados de “Boanerges” (filhos do trovão) por Jesus, Mc. 3: 17. Sua mãe, Salomé, era irmã de Maria, mãe de Jesus; portanto, João era primo de Jesus. De pescador, no mar da Galiléia, tornou-se líder da Igreja de Jerusalém, Gl. 2:9.
Sua atuação - Após a destruição de Jerusalém, entre os anos 70/95, João provavelmente começou a ministrar em Éfeso e Província da Ásia. Foi exilado na Ilha de Patmos, na costa da Ásia, onde escreveu o Apocalipse. De acordo  com  a  tradição, voltou a Éfeso, onde morreu e foi sepultado por volta do ano 100 d. C.

II – CARACTERÍSTICAS DO EVANGELHO DE JOÃO

1 - Simplicidade de linguagem. João consegue trazer-nos grandes mensagens, numa linguagem bastante compreensível. O estilo é único entre os quatro Evangelhos. Ele utiliza com freqüência os constrastes: luz e trevas; fé e descrença; verdade e mentira; bem e mal; aceitação e rejeição; etc. Além dessas, João também usa as palavras crer, mundo, testemunha, verdade e Filho de Deus, dando-lhes um sentido todo especial.   
2 - Ênfase na pessoa de Jesus - Enquanto os três evangelhos anteriores são chamados sinóticos, porque contêm material bastante semelhante entre si, João tem 92% de narrativa original. Ele dá maior cobertura ao ministério de Jesus na Judéia. Põe mais ênfase na pessoa de Jesus e no seu ensino acerca da vida eterna. Revela Jesus especialmente como Filho de Deus. Inclui longos sermões de Jesus.

III - A ESTRUTURA DO EVANGELHO DE JOÃO

Apesar da grandiosidade do livro, a forma como João organizou sua narrativa é bastante simples, estando ao alcance de todos a compreensão da mensagem, porque é Palavra de Deus e porque o material foi disposto de forma a levar o leitor em direção a uma confissão de uma fé ativa em Cristo.
a - O prólogo. Já no início de seu Evangelho, João vai mais além de que todos os evangelistas, 1: 1-18. Ele usa o termo “Verbo” para caracterizar a divindade de Jesus, ressaltando a pessoa de Cristo, ainda na eternidade, com Deus. Assim, em vez de tratar do nascimento de Jesus, ele aborda sua encarnação. Com isso, João faz com que o assunto de seu Evangelho seja universal. Depois, o Evangelho pode ser dividido em quatro períodos:
1 - O período de reflexão: 1: 19 a 6: 71 - Apresenta Jesus, o Verbo divino, e narra seus primeiros contatos com os discípulos. Utiliza a pregação de João e textos das Escrituras proféticas do AT para explicar sua missão. Surgem, porém, as primeiras controvérsias com os judeus, principalmente por causa da cura de um paralítico, num sábado. Os milagres do cap. 6 levam os discípulos a uma entrega à fé.
2 - O período de conflito: caps. 7 a 11 - No início de seu ministério houve séria descrença na missão de Jesus por parte dos judeus, 8: 22, 10: 19-20 e até pelos seus próprios irmãos, 7: 5. Por isso, nessa fase Jesus ensinou intensamente sobre si mesmo, 7: 16-18, procurando revelar sua divindade. Os discípulos crescem na fé, principalmente quando vêem o milagre da cura de um cego de nascença, cap. 9, e a ressurreição de Lázaro, cap. 11. O panorama religioso é marcado, por um lado, pelo contraste entre as multidões desnorteadas e a venenosa oposição da hierarquia judaica e, por outro, a pregação de Jesus.
3 - Período de preparação: caps. 12 a 17 - Depois, Jesus procurou estar longe das multidões, 12: 23 e 36. Nessa fase de recolhimento,  dedicou-se mais aos discípulos, cap. 13. Precisava prepará-los para o choque da  cruz. No final desse período, Ele volta para Jerusalém, em busca do cumprimento de sua missão, 13: 1. Ocorre sua entrada triunfal, sendo saudado por uma multidão de peregrinos, 12: 20, 21.
4 - Período de consumação: 18:1 a 20:31 - Os momentos finais de Jesus foram marcados por violentas contradições: alguns manifestam total oposição e rejeição, outros profunda aproximação e aceitação. Nos degraus do caminho da cruz estão o Getsêmani, a traição de Judas, a covardia de Pilatos, a fraqueza de Pedro, a crucificação. Mas também se vêem a constância do discípulo amado e das mulheres, a ação generosa de José de Arimatéia e de Nicodemos,  19: 39. A ressurreição foi a justificação final da fé.

O que é o amor?

         "Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor."
                                                                                                       1João 4:8

         O amor em sua expressão perfeita e absoluta é o próprio Deus, podemos dizer que o verdadeiro discípulo de Jesus é identificado pelo amor
Amor para companheiro

Nosso amor por um parceiro de namoro precisa ser um amor piedoso. Tal amor "não busca o que é seu". Um rapaz cuja preocupação principal no namoro e casamento é o que ele vai conseguir de uma moça não é um bom candidato para o casamento; nem o é a moça que é inteiramente egoísta. Enquanto um homem não reconhece o amor sacrificial de Cristo pela igreja como seu ideal, ele não está preparado para o casamento. Nem uma moça estará pronta para o casamento enquanto não estiver ansiosa para ser um "auxílio" para seu esposo. Se o egoísmo é um problema no namoro, será muito mais no casamento.

Um amor cristão está profundamente preocupado como o bem-estar espiritual de outros. Um homem com tal amor, tendo escolhido uma mulher piedosa para sua companheira, jamais pensaria em violar a virtude dela, não importa quão forte suas paixões possam ser. Ele não a vê como um objeto a ser usado para seu prazer, mas como um tesouro a ser respeitado e protegido. É impensável, também, que uma mulher cristã, exercendo aquele amor que vem de Deus, se orgulhasse de "fazer um homem ficar nervoso" pelo modo como ela se veste ou se comporta. Ainda que ela possa "saber como cuidar-se," ela entende que o "o saber ensoberbece, mas o amor edifica" (1 Coríntios 8:1). O amor que vem de Deus nunca deve desafiar outro a pecar com as palavras, "Se me ama, você fará". Amor
piedoso "não se regozija na iniquidade". Qualquer expressão suposta de amor que seja desagradável a Deus, é fraudulenta.